segunda-feira, 25 de julho de 2011

Caí do Cavalo...

Cópia da carta que enviei ao Dr. Ruy Gessinger lá do Sul deste País. O assunto era "extravios de arreios" ou em portugues claro, tombos de cima de cavalos. E como todo gaúcho que se preze contei uma das minhas quedas cavalares, ginete que fui em tempos idos. Vamos ao assunto...

segunda-feira, 25 de julho de 2011



"Ruyeee....muito bom...ainda estou dando risada. Em especial quando citas as 7.987;678.567.435.567.000 pelagens da cavalhada.  Eu também, campeiro que fui quando de minhas andanças gauchescas, nunca consegui aprender as pelagens. Porque quando achava que tinha aprendido o básico lá aparecia um "lubuno gateado" que vinha não sei de onde...kkkkkk daí fiz o seguinte. Passei esse capítulo. Deixei quieto o assunto, pois qual a lingua dos asiáticos, pensei assim: nunca vou ter "percisão" da matéria. Eu hein!!!! E lá me fui em frente sem aprender as pelagens dos bichos. Mesmo porque, logo adiante, no meu "ofício de peão" encerrei minha curta carreira de cavaleiro ao cair um tombo homérico, digno de aplausos, porque aclamado e aplaudido fui na cidade de |Santo Ângelo, num rodeio que tinha ido apenas para ver as gineteadas. O acontecido foi no estádio de futebol da cidade. Lá acontecia um rodeio e fui com alguns amigos ver a farra. Lá pelas tantas depois de muitos pulos e quedas surgiu um animal que era o demônio do rodeio e o locutor do evento chamava alguém que se dispusesse a montar o citado animal. Adivinha quem se ofereceu? Pois é. Foi pá..e ja ajeitei um par de botas dum parceiro, arremanguei as calças "dins" e entrei no campo de futebol travestido de mangueira de fazenda. Seguravam o cavalo na argola e ele me pareceu calmo, quando cheguei pertinho. Pensei comigo.Aqui que eu me arranjo com as "guria da cidade". Vai ser moleza esse matungo. Alcei a perna prá cima, em pêlo, nada prá segurar a não ser as crinas do bicho. Segurei bem o manojo da crina, passei pelo meio dos dedos, me firmei bem nas pernas e mandei que soltasse o "animalzinho". Rapaz...não sei quanto durou aquilo. Segundo me contaram, depois que acordei, foi uns poucos segundos. Me vi, voando, soltito no espaço. O bicho na primeira pegada me atirou uns 5 metros prá cima e eu me vim e caí de peito no chão. Perdi o ar e desmaiei. Um vexame total. Não deu nem prá saída. Segundos depois tentei me erguer mas não dava. Faltava o ar..kkkkkkkk Os amadrinhadores correram  juntar os cacos. Saí meio carregado mas escutava o povaréu gritando e aplaudindo o artista do dia. Que fiasco. Ali, deixei o "nobre ofício" de domador. Passei uma semana em que me doía tudo, pois cosa feia é tombo de cavalo. Se o peão escapa do bicho cair em cima, sempre sobra um casco de raspão, um manotaço em alguma parte do corpo. Mas mesmo assim, rendeu a pacholada. Fiquei amigo de muita gente boa em Santo Ângelo. E a eterna certeza que aprendi com os campeiros.: - Ovelha...não é prá mato!
Abração. Ivanhoé

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