segunda-feira, 30 de abril de 2012

Alessandro Penezzi e Alexandre Ribeiro - Novo CD - IMPERDIVEL



A.Penezzi e A.Ribeiro - NOVO CD
Ao Vivo em Bimhuis – Amsterdã
Devido ao grande sucesso e grande repercussão gerados pelo “Cordas ao Vento”, primeiro álbum do Duo Alessandro Penezzi e Alexandre Ribeiro, a dupla teve a oportunidade apresentar o CD para quase todo o Brasil, e também para muitos outros países como Dinamarca, Macedônia, EUA, Bélgica, Holanda e outros, divulgando além das músicas do Duo, a música brasileira, já que interpretavam grandes mestres como Sivuca, Luperce Miranda, Zequinha de Abreu, Ernesto Nazareth, entre mais alguns.
No último show da turnê pela Europa em 2011, o Duo tocou na Holanda, e fez uma apresentação tão impecável que gerou um novo álbum, “Alessandro Penezzi e Alexandre Ribeiro Gravado ao Vivo na BImhuis – Amsterdã”, o segundo da dupla, que conta com músicas inéditas do Duo, músicas do antigo CD e interpretações de grandes gênios da música brasileira.
em tempo: Alessandro Penezzi é sem dúvida um dos melhores violonistas da atualidade no Brasil e no exterior. Dispensa portanto, maiores comentários. Não deixe de procurar e adquirir o CD pois com certeza vc terá mais um registro maravilhoso da boa música brasileira. 


Contato para venda de CDs / Apresentações:
+ 55 11 3816-0270
+ 55 11 3032-3312

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TIRINHA DA NAIANA BORGES...RS/RJ


sexta-feira, 27 de abril de 2012

TIRINHA: AÉCIO dá uma mãozinha pro SERRA.

José Serra, o fugitivo, deve estar super agradecido com a "generosidade" ( ele diz isso) de Aécio Neves que declarou em uma entrevista a disposição do tucano em concorrer a Presidente da República em 2.014. É que José Serra, candidato a Prefeito de São Paulo e com grandes possibilidades de se eleger, nega veemente repetir a atitude que teve quando era prefeito de São Paulo ( se elegeu em 2004 e saiu em 2006)  e deixou na metade da gestão para concorrer a governador do estado. Abandonou seus eleitores no meio da viagem e de presente deixou essa herança maravilhosa chamada Gilberto Kassab, ex malufista de carteirinha. Provavelmente será o que vai ocorrer pois sonha com vôos mais altos do que a Prefeitura da capital. A declaração de Aécio, como bom mineiro, tem alguma coisa por trás, com certeza. Mas o fato é que prejudica sobremaneira o Sr.José Serra. Vamos esperar prá ver.   

ruy gessinger: A LONGA VIAGEM DAS GOTINHAS D'ÁGUA


Acompanhe Dr.Ruy Gessinger  e algumas gotinhas d´´agua gauchas...
ruy gessinger: A LONGA VIAGEM DAS GOTINHAS D'ÁGUA: Um dia fiquei  observando, do alto de um cerro, numa invernada lá dos fundos, um olho d’água. Surge perto de uma pedra e o filetezinho vai...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

MALUF e a INTERPOL




A Suprema Corte de Nova York, EUA, negou o pedido feito pelo deputado federal Paulo Maluf no sentido de ser suspensa a ordem internacional de prisão emitida por aquele juízo contra essa "ilustre figura". Personagem  carimbada nas colunas policiais de todos os jornais pelo mundo, como corrupto contumaz, ( aqui no Brasil é entre outras coisas, Deputado Federal por São Paulo) é acusado lá por : fraude, roubo, lavagem de dinheiro, movimento ilegal de contas bancárias, e por aí afora.Em 2007, a Justiça americana determinou a prisão de Maluf pelos crimes de conspiração, auxílio na remessa de dinheiro ilegal para Nova York e roubo de dinheiro público em São Paulo.  Está a vários anos na lista da INTERPOL como procurado não podendo entrar naquele País. Como no Brasil a lei o favorece pois não se pode extraditar um brasileiro nato, o Sr.Maluf segue por aqui, livre, leve e solto. Desde que não saia do País pois aí sim, estará sujeito a prisão no primeiro aeroporto que por os pés fora do Brasil. ( mais precisamente em 188 países membros da INTERPOL). Diz a noticia ainda que enquanto o Sr. Paulo Maluf não se apresentar por lá, para responder e ser julgado por essas graves acusações, vai continuar na condição de "foragido" da justiça americana. A pena que o "ilustre brasileiro" está sujeito por lá é em torno de 25 anos de cadeia,  caso seja condenado, é claro. (inform. do SPTV)  Uma grande possibilidade, aliás, pois coisa que funciona pesado nos Estados Unidos é a Justiça, o que não ocorre por aqui. Enquanto isso, o Sr. Maluf continua trafegando por estas paragens, "injustiçado" que é pelas más línguas....Eita nóis....
Fui...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

ARRASTÕES DO DESARMAMENTO.


  1. charge de Diogo.

    Virou rotina em São Paulo e todo o Brasil os arrastões em prédios residenciais. Quem pensava ir morar em um apartamento visando a segurança, está sujeito como moradores de casas, ter sua propriedade invadida a qualquer hora do dia ou da noite por assaltantes fortemente armados. Como o Estatuto do Desarmamento veio para coibir as pessoas de bem terem armas em sua casa, pois são tantos os requisitos exigidos pra vc registrar e poder possuir uma, que os bandidos sabedores disso, estão aterrorizando principalmente moradores de prédios de apartamentos. Eles não tem esse problema . Aqui no Brasil, idéia de alguns políticos do quanto pior, melhor, não se tem o mínimo respeito pela vida e pelo patrimônio privado. Nossa Constituição diz que segurança é um dever do Estado, portanto o povo deveria de alguma maneira provocar os políticos no sentido de que aprovassem urgentemente uma Lei que ressarcisse as vítimas de roubos, inclusive fazendo com que o mesmo tenha que indenizar as pessoas por danos morais e físicos. Nos Estados Unidos, se alguém invadir sua casa ou estabelecimento comercial, armado, vc pode trucidar o sujeito pois lá, em primeiro lugar está o respeito pelo patrimonio e respeito pelo indivíduo. Se você analisar as estatíscas de segurança aqui de São Paulo vai ver que é uma piada de mau gosto, pois os números são arranjados para o gosto do governador de plantão. Os políticos sempre se esmeram nessas coisas. E se lixem os contribuintes. Pergunto, quais os benefícios reais, concretos, em números reais, que a Lei 10.826/03, chamada Estatuto de Desarmamento trouxe à população brasileira desde sua criação???? É igual, a NADA !!! Muito pelo contrário. Isso aqui virou palco de uma guerra dentro da cidade com milhares de mortes, ora feitas pelos criminosos que entram e saem das cadeias como vc entra e sai de sua casa, ora, mortes ocasionadas pelos policiais. Nossas policias militares matam por ano mais que em várias guerras pelo mundo. É só ver os números. Sequestros relâmpagos, arrastões, assaltos, estupros, roubos a residências, furtos, roubo de automóveis ( simplesmente uma coisa fantástica e nada de explicação por parte das autoridades para coibir isso)  homicidios. Tem prá todo o gosto. A bandidagem armada até os dentes. Metralhadoras, pistolas, bazucas, bombas, granadas, bananas de dinamite ( isso virou moda nos caixas eletrônicos). Passa ano e vem ano e cada vez pior. Sair de casa, tem que pensar duas ou tres vezes. Ficar em casa, atualmente, não é muito recomendável. Resta então, ir para o sítio...ôpa...(só se vc fôr louco pois te pegam lá mesmo). Casa da praia, já era. Mesmo porque vc chega lá e tinha geladeira, camas, televisão, churrasqueira e pasmem...a fiação elétrica e portas. ROUBAM TUDO!!!! As autoridades, os políticos devem achar isso uma coisa normal. Mesmo porque andam em carros blindados, com 27 seguranças devidamente armados. Agora, nós....estamos entregues definitivamente a nossa sorte. E nossa sorte está em baixa aceleradamente, bem pertinho do azar... com a palavra o Sr. Governador Alckmin.  fui.
    em tempo: acabo de ler na FOLHA de SP que fizeram um arrastão num prédio na Av.09 de Julho, bairro Bela Vista. Limparam os moradores. Lotaram alguns automóveis com os bens dos otários e xaus..Hasta la vista Baby!!!



ARISMAR DO ESPÍRITO SANTO... esse é FERA!!!




Ele é um músico excepcional, além de ser um grande cara. No tamanho  e no coração. Tráta-se de Arismar do Espírito Santo ( mas é de Santos-SP). Multiinstrumentista, toca violão, guitarra, bateria, piano e contrabaixo ( em especial), já foi considerado um dos 10 melhores guitarristas brasileiros por 300 músicos numa enquete produzida pela "Guitar Player", no ano de 1998. Pois bem. Essa maravilha aí vai estar hoje a noite no SESC da Consolação ( Rua Doutor Vila Nova, 245 - ali perto do Mackenzie) para o lançamento de seu álbum " ALEGRIA NOS DEDOS". Nesse disco, Arismar  faz um revezamento nos instrumentos, tocando todos os cinco. Especial a faixa "Haikai" que usa sózinho o violão, a guitarra, o piano, o baixo e a bateria. Vários convidados participaram  de outras faixas, músicos como Dominguinhos e seu acordeon, Léa Freire, flautista brilhante, Sérgio Coelho e seu trombone, o baterista Cleber Almeida,  Vinícius Dorin, sax, Trompete de Daniel de  Alcântara. Participação especial de dois filhos de Arismar: um, o baixista Thiago do Espírito Santo, também músico fenomenal ( se apresenta muitas vezes com nosso violonista gaúcho Yamandú Costa)  e a cantora Bia Góes. É um monte de feras reunido. Não perca. Dos músicos citados apenas Dominguinhos não terá presença no lançamento pois devido a compromissos não vai poder integrar a festa. 
Lançamento do Álbum : ALEGRIA NOS DEDOS
Músico : ARISMAR DO ESPÍRITO SANTO
Local : SESC CONSOLAÇÃO
Endereço : Rua Doutor Vila Nova, 245 - fones (011) 3234.3000
Data : 23 de abril de 2012 - HOJE
Horário ; às 19 horas
Entrada : FRANCA ( ou seja. " de grátis")






sábado, 21 de abril de 2012

Nostalgia de sábado.



Hoje estou nostálgico. O dia aqui amanheceu cheio de nuvens e cai uma chuvinha invernal...convite a um bom vinho Casillero del Diablo,  cabernet, uma maminha no forno com batata doce, um arrozinho branco e farofinha, na  agradável companhia da minha mulher, meus cachorros e minhas gatinhas. Sentei defronte o pc e resolvi escrever algumas linhas , trazendo algumas pinceladas dos bons tempos da música boa. Comecei enviando um mail a meu amigo gaúcho Ruy lá de Unistalda ( RS) e acabei visitando o youtube em busca de algumas recordações musicais, boas recordações, claro. De cara achei "Sobradinho" composição de Sá e Guarabira. E daí foi uma viagem passando por Sidney Magal, Peninha, Benito Di Paula (maravilhoso Benito) Jorge Ben, (sem Jor porque Jorge Ben é o original) Tim Maia. Visitei inúmeros vídeos e quanta gente boa. Escutei Toquinho com Gil, Gilberto Gil Genio, Caetano Veloso quando não era mala, ouvi atentamente Tom Jobim, Vinicius e João Gilberto.  Para nossa alegria e sem saudosismo, para nossa sorte, existe no século XXI o Youtube pois com certeza teríamos perdido todos esses registros, ficando apenas em nossa  memória,  misturando com nosso dia a dia, o que sem dúvida, faria com que fôsse difícil reviver tudo isso.  Nossa geração tem que agradecer a Deus por ter vivido esse tempo bom. Sempre digo que todas as "coisas buenas" foram  descobertas no século passado. Foram descobertas e tiveram seu declínio total no final do século. As artes em especial, tornaram-se, em quase todos os seguimentos  , um arremedo do que eram . Foram acompanhando o declínio do mundo em geral. Na música, assunto que gosto de falar, já entrando no século XXI , foi um desastre quase que total. E isso vale para o mundo todo. Esqueça essa  geração do atual mundo moderno, contar com músicos do naipe dos músicos do século que cruzou. Fico super feliz em saber que nos shows dos "velhinhos" cada vez mais está aparecendo a juventude. Paul McCartney quando vem ao Brasil, lota os estádios e lá tem uma grande quantidade de garotos cantando todas as letras do inigualável Paul. Rolling Stones, para quem gosta ( eu em particular não gosto porque sou da turma dos "Beatles") tem a lotação esgotada com meses de antecedência demonstrando que quem é competente não será esquecido jamais. Temos que viver, do saudosismo, porque ter que enfrentar um show dos "sertanojos", aguentar os guinchos e as porcarias de Luan Santana, a "arte" desse molusco Michel ou Miguel Teló, (Miguel de Miguelão mesmo!!! )  e toda essa turma atual de músicos impingidos pela mídia e produtores ávidos por grana, com raríssimas exceções , é ter mais que estômago e saco. É passar atestado de preguiça mental. Mal que mais aflige a geração de hoje...Fui...

terça-feira, 17 de abril de 2012

Uma suite : JUCA NOVAES e TIM MAIA...



Silvia, Juca Novaes e ele....loucura total.

Músico, compositor, advogado especializado em direito autoral. Integrante do quarteto vocal "Trovadores Urbanos", com sete CDs e um DVD gravados. Quatro CDs gravados com seu parceiro Eduardo Santana, lançou em 2009 o CD "Aldeia", inspirado em sua terra natal, Avaré (SP). No início de 2011, lançou "Goa", seu primeiro disco solo. Editou o tablóide "Tambores", especializado em música popular. Apresentou e produziu o programa "Feira Brasil", na rede Americansat de rádio, para mais de 100 emissoras em todo o país. É um dos criadores do festival de Avaré (SP), evento que presidiu durante 20 edições, e que ajudou a revelar nomes como Chico César, Lenine, Jorge Vercilo, Ceumar e Zeca Baleiro, dentre outros. Estou falando de um amigo muito especial. JUCA NOVAES, grande figura, parceiro de muitos festivais por esse Brasil afora, em especial nosso Musicanto, Festival em Santa Rosa, Rio Grande do Sul onde Juca esteve inúmeras vezes participando como concorrente ou como jurado. Transcrevo aqui uma de suas postagens no seu blog ( segue endereço) "de cabeceira", um blog muito especial pois lá você encontrará escritos como o postado hoje. Leia e...divirta-se.    http://jucanovaes.blogspot.com.br/  

LOUCURA FOI O TIM MAIA
Dentro da minha episódica carreira de produtor de festivais, subverti todas as recomendações racionais e acabei quebrando uma das regras básicas para os profissionais da área, naquela última década do século XX.
A primeira regra era : jamais contratar João Gilberto.
E a segunda regra : jamais contratar Tim Maia.
Não cheguei a me aventurar com João Gilberto, mas subverti a segunda regra. Em minha defesa, diga-se, como diria Jânio Quadros, que não fi-lo ou qui-lo por vontade própria, mas sim por força das circunstâncias.
A história é longa, e merece ser contada como uma suíte.
PRIMEIRO MOVIMENTO
Ocorre que em 1994, o show da final da Fampop, em Avaré, seria o de Lulu Santos. Já estava tudo certo. Por já “estava tudo certo”, entenda-se : estava apalavrado. Por “estava apalavrado”, entenda-se : estava no fio do bigode, entre a minha pessoa e o então empresário do artista, cujo nome fiz questão de esquecer.
(Lembro que naquela época não existia Internet, pelo menos não com a facilidade de acesso e a profusão que temos hoje. Os contratos artísticos, quando os contratantes moravam em cidades diferentes, eram enviados pelo correio, para a coleta da assinatura. No caso, o esquecível empresário do Lulu Santos, residente na cidade do Rio de Janeiro, firmou um compromisso comigo, no sentido de que o artista realizaria o seu show em Avaré, na noite do dia 10 de setembro de 1994, um sábado. E me enviou o contrato, com tudo acertado, para que eu o assinasse, e devolvesse a ele, que, finalmente, o assinaria, e me enviaria a cópia.)
O meu lado advogado me advertia a jamais contar com o compromisso sem o respectivo documento assinado. Estava eu, portanto, em São Paulo, aguardando o recebimento do contrato, já assinado por mim e enviado ao dito cujo, para anunciar o show à imprensa. E o contrato não chegava. Pior : o empresário de nome esquecível passou a não atender meus telefonemas.
Finalmente, depois de alguns dias de exasperante espera, e mais ou menos uma semana antes da coletiva de imprensa que anunciaria os shows, recebi dele um telefonema, num arrogante e carioquíssimo sotaque, e tivemos o seguinte diálogo:
- Cara, Lulu não vai mais fazer o show em Avaré !
- Como não vai fazer o show ?
- Não vai. Temos um show na sexta-feira numa cidade do interior do Rio, e pintou um show no dia seguinte numa cidade vizinha. Preferimos fazer por aqui mesmo, e não vamos fazer Avaré.
- Mas e o contrato, que já assinei e enviei pra você ?
- Não tem mais contrato. Não vamos fazer o show !
Fiquei indignado. Compromisso, acordo, palavra, não valia nada disso naquele mundinho arrogante. Mas, enfim, o que eu poderia fazer, tendo apenas uma semana pela frente para contratar um artista para o show de encerramento do festival ? Nada, absolutamente nada, a não ser buscar a contratação de outro artista, no curtíssimo prazo de que dispunha.
Liguei então para todos os empresários e produtores que conhecia e que não conhecia. Mas, àquela altura, faltando pouco mais de um mês para o evento, nenhum artista importante tinha data disponível.
Só me restou... Tim Maia.
E aí vem o ...
SEGUNDO MOVIMENTO
Como era a praxe, procurei o telefone do empresário do Tim Maia (e não existia o google naquele tempo). Ao contrário dos demais produtores, que tinham escritórios, anúncios em revistas, PABX, etc., o número que me levaria ao polêmico artista era o de um apart-hotel da Barra da Tijuca. O telefonema foi recebido na recepção do estabelecimento, e transferido para um determinado apartamento. Aí atendeu uma mulher, que ouviu meu interesse sobre o artista (tem essa data disponível ? qual o cachê?), se disse representante da Vitória Régia Produções, e me pediu para passar um fax com todos os detalhes.
Fiz isso, e em cinco minutos recebi a resposta, também via fax : a empresária de Tim Maia queria o equivalente a quarenta e cinco mil dólares !!!
(Eu já sabia que o cachê de Tim Maia, em cruzeiros reais (moeda da época), correspondia ao equivalente a doze ou treze mil dólares. Sim, naquela época o plano real era recém-criado, e ainda tínhamos a cultura de atrelarmos a nossa moeda à americana. Reflexos de um tempos de inflação alta. No ano anterior – 1993 -, eu contratara os Paralamas, então no auge, por quantia equivalente a quinze mil dólares)
Quarenta e cinco mil dólares para o TIM Maia, portanto, era um verdadeira extravagância. Contrariado, enviei imediatamente um fax em resposta, dizendo mais ou menos o seguinte : “esse valor é absurdo, e eu não voltarei a conversar nem por um valor equivalente a um terço dos quarenta e cinco mil. Estou indo pra minha casa, o telefone é tal, e se tiver algum interesse em fechar esse show, aguardo seu retorno lá”. Do trajeto do estúdio, do qual era sócio, até minha casa, demorei cerca de vinte minutos. Lembro que também não tínhamos celular, naquele tempo.
Quando lá cheguei, já estavam gravados dois ou três recados na minha secretária eletrônica, pedindo para ligar urgente “pro seo Tim Maia”.
Retornei a ligação, e aí tive um diálogo hilário com a empresária, que, depois vim a saber, era Adriana, então mulher do artista. Ela falava, e audivelmente, alguém cochichava o que deveria ser dito. Era o próprio Tim Maia, a orientando sobre o que falar :
- “Seo” Tim faz por 25 (barulho de cochichos).
- Você não entendeu, minha filha. Eu só tenho doze !
- “Seo” Tim quer que você venha aqui conversar com ele ! (barulho de cochichos)
- Eu estou em São Paulo, vocês na Barra da Tijuca. Eu só tenho doze, entendeu ?
E desliguei, nervoso, pois percebi que aquele show nunca seria fechado. Quarenta e cinco mil era uma quantia impossível. Vinte e cinco mil também. Até uns quinze seria possível chegar, mas a distância ainda era muito grande...
Nisso, passados dez minutos, recebo insólita ligação;
- Sou Fulana de tal, Vitória Régia, São Paulo. Estou ligando para lhe comunicar que o Tim Maia concorda em fazer o show por doze mil dólares.
Foi a negociação mais incrível da minha vida : em uma hora, Tim Maia baixou de quarenta e cinco para doze mil dólares o cachê !
Se eu soubesse, no entanto, o que viria pela frente, certamente teria recusado o contrato, mesmo pelo valor mais justo possível.
E a partir daí começa o estressante...
TERCEIRO MOVIMENTO
Tinha uma batata quente nas mãos. Que loucura : contratei o Tim Maia ! E agora?
Liguei para Deus e o mundo, para toda e qualquer pessoa que tivesse algum vínculo com ele, para saber como proceder, que providências tomar para que aquele desastre anunciado fosse o menos traumático possível.
(Para os que não sabem, Tim Maia, alem de compositor inspirado e cantor sensacional, tinha larga fama de dar calotes, faltar a shows, desmarcar compromissos em cima da hora, comparecer bêbado ou drogado a apresentações, etc...)
Tinha (e tenho) alguns amigos que eram próximos do Tim, como o Skowa, por exemplo. O que me disseram :
Recomendação 1 : colocar o horário do show como uma das condições mais importantes do contrato. No caso, o show seria após a apresentação das músicas do festival. A previsão era a de que Tim Maia entrasse no palco à meia-noite.
Recomendação 2 : exigir do artista que viajasse para Avaré um dia antes do show. Explicação : para as viagens de avião, ele consumia tal quantidade de drogas e álcool, que o risco de que não tivesse condições de se apresentar não era pequeno, ao viajar no mesmo dia.
Segui as duas recomendações à risca, e no contrato constava que Tim Maia deveria estar em Avaré no dia 09, sexta-feira, véspera do show. Constava também que o show começaria pontualmente à meia noite.
Não aconteceu, no entanto, nem uma coisa, nem outra.
O vôo do dia 09 de setembro foi cancelado, por conta das chuvas no Rio de Janeiro.
Por conta disso, vim a conhecer pessoalmente Tim Maia em Avaré, no sábado, dia 10, dia do show, por volta das 14h00, recém-chegado de São Paulo, onde desembarcara, vindo do Rio de Janeiro, naquela manhã. Estava no seu quarto no hotel Villa Verde, cercado por três produtoras (Adriana e mais duas), e mais duas ou três pessoas.
Me impressionou, já de cara, a sua péssima forma física. Estava inchado, muito gordo, com uma coloração doentia. Visivelmente drogado ou embriagado. Uma garrafa de Ballantine´s quase vazia estava à sua frente. E um cigarro estranho que parecia um charuto, de tão grande e volumoso, nas suas mãos. Cheguei com Silvia, então minha namorada, e Tim, apresentado, assim falou, de bate-pronto :
- Pô careca, como é que você conseguiu essa mulher tão bonita ?
Aí alguém contou uma piada, e ele contou outra piada, e eu ri, todos riram. Ao me ver rindo, disparou :
- Brodinho, você está rindo porque eu vim. Porque você sabe que às vezes eu não vou...
E gargalhou da auto-piada.
Saí do quarto preocupadíssimo. “Esse cara não vai conseguir fazer o show”, pensei. Conversei com Adriana, a líder do triunvirato de mulheres. E ela me tranqüilizou, dizendo que Tim iria dormir à tarde, e que estaria OK quando chegasse a hora da apresentação.
Fui então cuidar de outros assuntos, e só retornei ao hotel no final da tarde, já quase noite.
Entrei no saguão, e o trio feminino estava já na entrada, com ares visivelmente preocupados. Senti na hora um frio na espinha, e Adriana me disse :
- Ele não dormiu, e quer falar com você.
Fui. Entrei no quarto, e a cena era bizarra : Tim Maia debruçado numa bancada do apartamento, frente a um espelho, e ao lado de uma vela acesa. Olhava para seu reflexo. Nem se virou quando entrei, e bradou, de bate-pronto :
- Brodinho ! Vou atacar às nove !
- Não dá, Tim. O show é à meia-noite, tem o festival antes...
- EU VOU ATACAR ÀS NOVE, SEU FILHO DA PUTA DO CARALHO..
(e aí teve início uma sucessão de xingamentos, aos berros... )
- Eu vim aqui nesse lugar longe do caralho por esse cachêzinho merreca, e eu vou atacar às nove, vou sim ! Senão vou embora agora pro Rio de Janeiro, me chame um táxi, eu vou embora agora, vou embora, vou embora...
Fiquei perplexo, completamente aturdido com aquilo, e saí do quarto. Por uma coincidência, no mesmo momento saia do quarto da frente o octogenário Silvio Caldas, “patrono” do festival, com um olhar muito assustado pelos berros do seu vizinho de apartamento.
Me dirigi à recepção do hotel, onde estava o trio de produtoras, e no caminho até lá tudo ficou claro na minha mente : Tim Maia não faria o show à meia-noite. É claro : ele sabia que o seu limite físico estava próximo, era questão de poucas horas. E não queria que acontecesse de novo aquela história : “Tim Maia não faz o show, Tim Maia drogado”, etc. e tal. Portanto, o seu corpo lhe dizia : “Cara, você tem no máximo umas três ou quatro horas, depois disso você vai desabar”. E ele precisava “atacar às nove”, como me pedia e gritava desesperadamente.
Cheguei até o trio feminino e disse que Tim Maia abriria a noite. Isso significava que ele entraria no palco por volta das nove e meia, dez horas. Fui até a recepção e liguei para o Prefeito da cidade, Miguel Paulucci, e lhe contei toda a estória, e que a única alternativa era invertermos o programa, e começarmos com o show do Tim Maia. Liguei ainda pra rádio que transmitia o evento, para que divulgasse a inversão da ordem do festival.
Parecia que estava tudo administrado. Mas não estava não. E isso porque meu relógio marcava ainda 19h30 ! Ou seja : eu teria que “enrolar” Tim Maia, naquele estado irascível, por, pelo menos, duas horas ! Na recepção, que estava um tumulto, por conta dos gritos do artista, localizei o dono do hotel, Benedito D`Agostini, meu amigo, cara experimentado, matreiro, que sempre me dizia : “Se precisar de alguma coisa, me chame” ! Pois lhe dei uma das mais espinhosas tarefas de sua existência.
- Agostini, preciso que você demore duas horas para levar o Tim Maia até o ginásio !
Com uma espantosa naturalidade, ele me respondeu :
- Deixa comigo, eu me viro.
Dito isso, olhei para a entrada do hotel e lá já estava Tim Maia, com uma roupa azul brilhante – a sua indumentária de show – impacientíssimo, dando voltas, esbravejando, querendo ir logo para o local da apresentação.
Chamei a Guete, produtora que eu contratara para cuidar do artista, e embarcaram os três, numa camionete cabine dupla do Agostini. Rumo ao Ginásio de Esportes de Avaré, para o qual demandariam cerca de quinze minutos, em situações normais. Naquela situação anormalíssima, sabe-se lá de que maneira, precisariam de duas horas.
Entreguei tudo para o Divino. E aí começou o ...
QUARTO MOVIMENTO
Até hoje não sei exatamente o que conversaram Agostini, Guete e Tim Maia naquelas duas horas. Além do mais, Tim morreu em 1998, Agostini em 2007, só ficou a Guete pra contar a estória...Sei que foram para Arandu, Itaí, Cerqueira César, cidades próximas. A única forma de demorar todo esse tempo para chegar ao local do show era essa.
De quinze em quinze minutos, Tim bradava :
- Puta cidade grande do caralho ! Puta ginásio longe do caralho ! Nunca chega essa merda de ginásio !!!
E Agostini, habilmente, prometia lhe levar pra conhecer as “bocas de fumo” da cidade, pra mostrar não sei o que, e aí, enrolando aquele ser em estado impaciente e iracundo, conseguiu demorar duas horas para chegar ao ginásio, onde seria realizado o show.
A essa altura, o recinto estava bem cheio. Com capacidade para três mil pessoas, até as dez da noite lá estavam cerca de duas mil. Para isso, depois da chegada, tivemos que entreter Tim no camarim ainda durante uns vinte minutos. Levei o prefeito Miguel, com sua jovem esposa, Rosana. Tim não perdoou :
<   Ô Prefeito, porque só tem prefeito branco, não tem prefeito preto no Brasil ?
     Quer trocar de mulher ? Eu dou essas três aqui, me dá em troca a sua bonitona aí!
Finalmente, depois de tanto stress, a excelente banda Vitória Régia começou a tocar, e Tim Maia entrou no palco.
Faltava, no entanto, um último incidente. Como o festival seria antes do show, na frente do palco fora reservado um espaço para o júri (que, naquele ano, tinha gente como Zuza Homem de Mello, Itamar Assunção, Celso Masson, Derico Sciotti, Helton Altmann, Sérgio Santos, Moacyr Luz). Quando a banda entrou no palco, Tim percebeu aquele vazio entre ele e a plateia. Parou tudo, gritou : “para, para, para !”, cruzou os braços, e ficou de costas para o público, gritando : “se não liberar aí não tem show !”
Os seguranças, com grande dificuldade, tentavam conter o público, que queria invadir o espaço reservado. Só me faltava essa agora ! Eu e Fábio Martins, da comissão organizadora, corremos para a frente do palco, gritando para os seguranças : “Libera !” “Libera !”
Liberaram, e em segundos o público tomou todo o espaço reservado ao júri.
E aí teve início uma mistura de show/embromation que durou uns cinquenta minutos.
Tim Maia estava visivelmente baleado. Cambaleando. Sem fôlego. Por sorte, a banda Vitória Régia era excelente. O cantor cantava apenas as introduções : “Me dê motivo”; “Eu preciso lhe falar”; “Vou pedir pra você voltar”, e as vocalistas e os músicos da banda faziam o resto. Enquanto isso, ele reclamava do som (“Mais retorno”, “mais grave”), jogava discos de vinil para a plateia, usava colírio, tomava líquido. Estava no seu limite.
Ergui as mãos para o céu e agradeci. Para mim, que sabia do seu estado deplorável desde as duas horas da tarde, era um milagre ele estar naquele palco, cantando ou embromando. Parecia que a partida estava ganha, mesmo que por um a zero, com um gol de pênalti duvidoso no final. Mas ganha.
Mas o drama tinha mais um capítulo ainda.
Como disse, Tim ficou cinquenta minutos em cima do palco, não aguentava mais, saiu de fininho e foi para o camarim. Se tudo acabasse ali, estaria no lucro. Chegou ao camarim e desabou, a ponto de precisarmos chamar um médico. Enquanto isso, não sei quem disparou o sinal de “bis” para banda. Não acreditei quando, vendo aquele corpanzil estirado no sofá do camarim, arfando, sem condições de se levantar, meus ouvidos foram invadidos pela introdução de metais de “Do leme ao pontal”, o bis clássico dos shows de Tim Maia.
Foi um pandemônio. Enquanto algum roadie avisava a banda que era pra cancelar a operação, eu corri atrás do apresentador, Beto Pampa, que teria a ingrata tarefa de dar continuidade ao festival, naquele anticlímax no qual duas mil pessoas aguardavam a volta de Tim Maia ao palco.
Durante uns cinco minutos, a banda Vitória Régia repetiu e repetiu “ad nauseam” aquela introdução de metais, sem saber como fazer para passar o bastão para o apresentador. Finalmente, combinaram entre eles o desfecho, e duas notas secas e agudas deram o fecho àquela patética performance. Aí entrou Beto Pampa :
- Boa noite, Avaré !
Vaia ensurdecedora. Enquanto isso, Tim Maia saia carregado do ginásio.
Menos mal que, após todo esse stress, as duas mil pessoas assistiram a uma das mais importantes edições da história do festival, que foi vencida pelo carioca Luiz Carlos da Vila, com “Carvão e giz” (parceria com Paulo César Feital), tendo entre os participantes autores e intérpretes como Zeca Baleiro, Carlos Careqa, Arrigo Barnabé, Aldir Blanc, Ivor Lancelotti, Virginia Rosa, Miriam Maria, Rita Ribeiro, Roberto Menescal, Rafael Altério, Lincoln Antonio, Paulo César Pinheiro, Fátima Guedes e Telma Tavares, dentre outros.
EPÍLOGO
Dois dias depois, estava eu frente à TV, vendo o mesmo Tim Maia no programa da Hebe, com a mesma roupa escarlate brilhante, o mesmo corpanzil inchado, a mesma atmosfera de visível embriaguez.
- Tim, meu querido, você está ótimo, que bom que nunca mais falaram que você bebe, que você tem problemas nos shows, não é mesmo ?
- Hebe, parei de fumar, cheirar e beber, só minto um pouquinho...

sábado, 14 de abril de 2012

MOSTRA ELIS REGINA - CENTRO CULTURAL SP

Elis Regina

Inigualável sempre - Elis


Elis deveria ser lembrada todos os dias. Como o brilhante mais puro do mundo.  Não apenas pelo "falso brilhante" e tantos outros discos que gravou. Nossa querida Elis Regina que tão cedo partiu nos deixando orfãos de uma cantora inigualável. Já lá se foram anos e anos e ninguém vem para preencher essa lacuna. Mas não devemos deixar de relembrá-la todos os dias. E esse é o mote da exposição com fotos e vídeos que entrou hoje em cartaz aqui no Centro Cultural São Paulo. Até o dia 20 de maio vc está convidado a vir ao Centro Cultural ( RuaVergueiro. 1.000 - Liberdade) junto a Estação Vergueiro do METRÔ.
Idealizado pelo filho João Marcelo Bôscoli, e tendo a participação em varias apresentações da cantora e filha Maria Rita,  a mostra integra um projeto chamado "Nivea Viva Elis". São mais de 200 fotos de Elis, fotos essas muitas delas tiradas por fãs. Entrevistas, posteres de apresentações dela, ingressos, vídeos de shows e testemunhos de artistas e amigos. Imperdível. A seguir a mostra segue para Porto Alegre ( 10 de junho a 15 de julho - ATENÇÃO GAÚCHOS) , Recife ( 05 de agosto a 25 de setembro) Rio de Janeiro ( 10 de outubro a 11 de novembro) e Belo Horizonte ( 27 de novembro a 06 de janeiro de 2013. 
SÃO PAULO - SP  Programação no Centro Cultural de São Paulo:
abertura: sábado dia 14 de abril - terça a sexta feira das 10Hs às 19:30 hs. Sábado, Domingos e feriados das 10Hs às 17:30 hs. Até dia 20 de maio de 2012 - GRÁTIS
PORTO ALEGRE - Anfiteatro Pôr-do-Sol: Av. Edwaldo Pereira Paiva, s/n. Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, Praia de Belas. De 10 de junho a 15 de julho ) Às 18h. Entrada gratuita

quarta-feira, 11 de abril de 2012

IPVA..isso tem que acabar!!!



Recebo email do meu prezado colega blogueiro de Porto Alegre, ilustríssimo Sr.Dr. João Francisco Rogowski, prá quem não conhece, ilustre advogado  gaúcho, sempre voltado para as causas dos menos favorecidos. Temos que comentar também o assunto, pôsto que,  diz respeito a todos nós brasileiros e está mais que na hora de nos rebelar-mos definitivamente contra esse verdadeiro achaque descarado, imoral que é a cobrança de IPVA sobre veículos automotores. As principais estradas brasileiras foram loteadas para meia dúzia de amigos do Rei, que nos saqueiam todos os dias quando por elas cruzamos com a cobrança de pedágios, que, em muitas delas é um verdadeiro assalto a mão armada. . Até aí, tudo bem pois estamos num país dito capitalista e assim sendo, temos que pagar até o ar que respiramos. E quem não tem prá pagar, que morra asfixiado pois é assim que funciona a dita "democracia". Agora, o governo brasileiro se fingir de boi dormindo e continuar com a cobrança de IPVA sobre nosso carrinho é outro papo!!! Pois essa cobrança é totalmente indevida e foge a todos os princípios de moralidade. Me ajudem aí !!!! Façam como aquele apedeuta da FIFA. Chutem a bunda dos políticos para mudar isso. Quem sabe algo acontece.
Com vocês...Dr.Rogowski :
Eu já falei !

Aliás, faz tempo que venho falando. Meu posicionamento em relação ao pedágio é público e notório, está publicado no Fórum Nacional Contra o Pedágio conforme links abaixo.
Em países desenvolvidos a iniciativa privada mediante permissão do Estado banca com recursos próprios a construção da rodovia a ser pedagiada, do começo ao fim. Concluída a obra sem nenhum desembolso do dinheiro do contribuinte, a empresa recebe uma permissão com prazo pré-fixado para cobrar o pedágio a fim de recuperar o dinheiro investido e obter sua margem de lucratividade. Expirado o prazo fixado, a rodovia passa ao domínio do Estado.
No caso brasileiro, as rodovias foram construídas com dinheiro público. Os proprietários de veículos pagam tributo para a conservação da malha rodoviária, mas por ineficiência do Estado, corrupção dos governantes e várias outras mazelas, o dinheiro é desviado e não é efetuada a manutenção das estradas.
Ardilosamente o governo então repassou o "abacaxi" para a iniciativa privada que já recebendo uma estrada pronta, passa a explorá-la cobrando elevados pedágios, tendo em contrapartida a singela obrigação de por um remendo aqui outro ali.
E o pior de tudo é que o governo permanece exigindo o imposto sobre propriedade de veículo automotor, e, ainda, todo ano eleva o valor cobrado.
Evidentemente que se vivêssemos num País sério isso já teria sido alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito e os responsáveis já estariam na cadeia.

domingo, 8 de abril de 2012

Naufrágio do "MarSemFim" na Antártica


Fotos registrando o naufrágio do barco MarSemFim do Jornalista João Lara Mesquita, ontem dia 07 na Antártica. Lara Mesquita bem como sua tripulação foram resgatados e levados para a Base Chilena Presidente Eduardo Frei Montalva. Segundo as autoridades chilenas, o Iate naufragou devido a compressão sofrida pelo acúmulo de gelo ao seu redor e pelas condições climáticas adversas.


Barco "Mar Sem Fim" naufraga na Antártica.




Barco "MarSemFim" do Com. João Lara Mesquita.


" 5/4/12 –
8 horas da manhã. Consegui dormir duas horas esta noite num alojamento da base Frei junto com meus três companheiros. Os chilenos são sensacionais. Nos tratam como velhos amigos. Mais uma prova da inacreditável solidariedade antártica de que já falei.
Retomo agora o relato de ontem.
Conseguimos fundear numa manobra perfeita com o Plínio ao leme. Foi muito difícil chegar no ponto perfeito de fundeio. Quando isto acontecia o ferro não descia porque a corrente estava congelada. Manoel dava marteladas para que descesse quase que elo por elo. Enquanto isto o vento empurrava o barco para fora do lugar correto. Então era preciso recolher e começar tudo de novo.
Numa das vezes que trouxemos o segundo ferro para cima (a esta altura o primeiro já estava grudado no fundo do mar com toda a corrente solta), no exato momento em que saiu da água foi envolvido por uma enorme pedra de gelo. Explicação: a água do mar está entre um a zero graus positivos, já a temperatura do ar marca menos 6ºC. Assim que o ferro saiu fora d’água ficou congelado. Foi assutador ver aquilo. Eu estava na proa ajudando o Manoel com o guincho e olhando pra água. Percebi os contornos da âncora vindo à tona em perfeito estado. Mas no mesmo momento em que começou a sair da água, automaticamente se congelou. Uma bola de gelo se formou em torno. Dava pra ver lá no meio os contornos da âncora…
Finalmente, na terceira ou quarta tentativa, conseguimos o fundeio perfeito.
Então, com vento muito forte e ondas altas, o bote da base Frei veio até nós. Nosso dembarque foi uma epopéia. Ondas de mais de um metro e meio e vento com mais de 40 nós faziam com que o bote saltasse para um lado e outro, como um cavalo chucro num rodeio. Quando ele conseguia chegar bem próximo cada um de nós, a seu tempo, se jogava nos braços dos três tripulantes chilenos (havia mais um no comando ). Felizmente todos entraram em segurança.
Em seguida, mesmo com o bote cheio d’água (as ondas entravam pela popa e saiam pela proa), conseguiram nos trazer em segurança até a praia.
No conforto do interior da base o comandante Eduardo nos contou que há dois dias eles esperavam nosso naufrágio nas pedras para qualquer momento. Dormiram com as roupas secas ao lado da cama, enquanto um deles vigiava nossas manobras, esperando não perder tempo quando o desastre se consumasse. Ficaram espantados com nossa perícia e nos parabenizaram pelas manobras.
O Mar Sem Fim agora luta sozinho. Meu barquinho caturra (balanço no sentido longitudinal) subindo e descendo as ondas, mas por enquanto está firme no mesmo lugar.
Hoje, dia 5/4, a temperatura desceu para menos 9 graus centígrados. O furacão deve entrar esta noite ou madrugada. São esperados 80 nós de vento (cerca de 150 quilômetros por hora). A temperatura deve cair para menos 14ºC. Nunca torci tanto para uma previsão estar errada. Este será o dia decisivo para o Mar Sem Fim."

Acima o relato dramático do Comandante João Lara Mesquita dando a real situação de seu barco Mar Sem Fim, fundeado na Enseada Ardley, defronte à Base Chilena "Presidente Eduardo Frei Montalva", na Antártica e que, depois de muita luta, naufragou ontem pela manhã na Bahia Maxwel.  Grande navegador, Lara Mesquita estava naquela região produzindo mais um maravilhoso documentário para seu blog " marsemfim".  http://www.marsemfim.com.br/ 
Lara Mesquita para quem não conhece, foi diretor por muitos anos da Rádio e Estúdio Eldorado, pertencentes ao Jornal "O Estado" e é um dos jornalistas mais respeitados na Imprensa brasileira. Jornalista, escritor, fotógrafo e músico por excelência, Lara Mesquita capitaneou com extrema competência a Rádio Eldorado por muitos e muitos anos, sendo criador e responsável, entre outras programações,  pelo Prêmio  Eldorado de música. Lá, desde a primeira edição em 1985, foram descobertos e lançados inúmeros artistas de importância no cenário musical do Brasil, como o Maestro Minczuk, reconhecidíssimo nos dias de hoje. Também revelados nosso violonista  gaúcho Yamandú Costa, André Mehmari, Mônica Salmaso e tantos outros.  Uma das suas marcas é a luta pela preservação do meio ambiente, sempre participando de movimentos de preservação, como a despoluição do Rio Tietê, a luta pela proteção da Mata Atlântica e nas campanhas de aprovação de Leis no Congresso Nacional. Entre os anos de 2001 e 2004 Lara Mesquita foi conselheiro do Greenpeace e é Capitão Amador desde os anos 1990, razão pela qual encontráva-se navegando por aqueles mares, já que se dedica hoje quase que exclusivamente as coisas da natureza,  em especial estudar e divulgar questões relativas ao mar e a zona costeira da América do Sul, em especial.  Para nossa alegria,o Comandante Lara Mesquita e sua tripulação estão bem, devidamente alojados na Base Chilena aguardando a chegada de "melhores ventos" para o retorno ao Brasil e a seus familiares.