terça-feira, 24 de janeiro de 2012

E ENTÃO ELE ENTENDEU AS TAPERAS...


Quanta coisa carreou para dentro da casa de lembranças, objetos, quadros, fotos, jogos de facas.
Durante bom tempo a bela casa foi agitada, luzes acesas, amigos chegando, respingos de água na piscina, luzes , muitas luzes no Natal.
Mas o tempo passa e gentes e coisas mudam.
De passagem por lá hoje, nem se dá ao trabalho de abrir venezianas e janelas. Sim, ainda existe a grama cortada e a limpeza. Mas já não apresenta visíveis sinais de vida.
Seu dono mudou de planos e a casa se foi para o banco de reservas. A alma do dono ainda demorou um pouco, mas logo foi atrás, deixando a casa solita.
Retratos de família, livros, móveis ainda a habitam. Os roupeiros, porém, cada vez menos sortidos, sinalizam para sua inexorável agonia.
A cozinha antes rescendendo a café, pão, carne assada, tem a geladeira desligada e as panelas guardadas.
Sic transit gloria mundi.
Agora ele entende melhor as taperas.
(Ruy A.Gessinger - Unistalda - RS)

(extraído do blog do Dr.Ruy Armando Gessinger, lá dos pagos sulinos)

Tapera - [do Tupi Guarany - tapêe ra] - Aldeia abandonada; habitação abandonada, em ruinas...

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